Wednesday, May 20, 2009

A NOVA ORDEM PÓS-GUERRA



O Acordo de Bretton Woods

O Acordo da Conferência Internacional Monetária de Bretton Woods, ocorrido em 1944, visava assegurar a estabilidade monetária internacional, impedindo que o dinheiro escapasse dos países e restringindo a especulação com as moedas mundiais. Antes do Acordo, o padrão ouro de troca - que prevaleceu entre 1876 e a Primeira Guerra Mundial - dominava o sistema econômico internacional. São instituições financeiras gêmeas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial surgiram em 22 de julho de 1944. Foram criadas por 45 países (Brasil entre eles), já nos estertores da 2.ª Grande Guerra, que se reuniram de 1.º a 22 de julho de 1944, na cidadezinha de Bretton Woods, Estado de New Hampshire, Estados Unidos.
A Conferência de Bretton Woods foi convocada para construir uma nova ordem econômica mundial que impedisse novas crises internacionais como os da Grande Depressão dos anos 30. Foi uma espécie de antecipação da ONU (fundada em São Francisco em 1945) para tratar das coisas do dinheiro. A reunião centrou-se ao redor de duas figuras chaves: Harry Dexter White, Secretário-Assistente do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e de Lord Keynes, o mais famoso dos economistas, representando os interesses da Grã-Bretanha, que juntos formavam o eixo do poder econômico.
Acertou-se que dali em diante, em documento firmado em 22 de julho de 1944, na era que surgiria das cinzas da Segunda Guerra Mundial, haveria um fundo encarregado de dar estabilidade ao sistema financeiro internacional bem como um banco responsável pelo financiamento da reconstrução dos países atingidos pela destruição e pela ocupação: o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento, ou simplesmente World Bank, Banco Mundial, apelidados então de os Pilares da Paz. O padrão-ouro, sobre o qual fora construída a Nova Ordem, foi desmantelado em 1971, o dólar tornou-se a moeda hegemônica de reserva mundial, e os ativos financeiros são hoje centenas de vezes mais importantes que os comerciais.
Durante vinte anos o sistema Bretton Woods funcionou , mas chegando à segunda metade da década de 60 começaram a surgir problemas derivados da degradação das finanças norte-americanas. Para se financiar o déficit orçamentário houve um aumento da emissão de dólares que, por um lado, começou a criar problemas aos restantes países membros do acordo Bretton Woods, porque os obrigava a emitir das suas próprias moedas para manter o cambio "fixo", criando pressões inflacionária na sua economia, e por outro, associado a uma degradação da conta corrente norte-americana, com as importações a crescer mais rápido que as exportações (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 mil milhões em 64 para um déficit de 2,9 mil milhões em 71, sendo também um dos culpados a sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o estoque de ouro diminuindo a vontade dos outros países de deter dólares. (em 1971 o passivo norte-americano era de 70 mil milhões de dólares e o estoque de ouro de apenas 12 mil milhões). A pressão foi aumentando e durante o primeiro semestre de 1971 já se notava alguma valorização das moedas mais importantes face ao dólar, apesar de serem tomadas algumas medidas para contrariar esta tendência. Mas, a 15 de Agosto, Nixon, que era presidente desde 1969, pôs fim ao acordo de Bretton Woods e à convertabilidade do dólar em ouro, anunciando a sua vontade de realinhar as taxas de paridade. Após o anúncio, os mercados estiveram fechados durante uma semana e quando abriram o dólar foi desvalorizando, com os Bancos Centrais a intervir e a controlar a situação.

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